sexta-feira, 21 de abril de 2017

Textos Criativos - parte 2

Divulgamos mais dois textos criativos de alunos do 7.º ano.


Como é chato ser um sofá!

Olá, eu sou um sofá grande, largo e preto. Odeio a minha função, ter pessoas sentadas em cima de mim (algumas até são bem pesadas), crianças a pular e, quando há guerras de almofadas, sentir penas por todo o lado.
Às vezes, as pessoas comem pipocas, batatas fritas e bebem refrigerantes e eu fico todo sujo. Depois, deitam-se com os pés todos sujos e o cheiro é tão forte.
A sala de estar onde eu vivo está sempre muito desarrumada, deixam a roupa em todos os cantos, brinquedos e migalhas pelo chão, fica tudo espalhado e, como eu sou grande e largo, fico todo apertado.
Gostava de não estar sempre fechado em casa, ver a rua, saber como são as pessoas lá fora, passear, conhecer outros sofás… Apesar de o mundo ser muito poluído (é o que me dizem), de certeza que existem sítios giros e invulgares.
Já pensei que, talvez, gostasse de morar numa esplanada com vista para o mar, mas depois sentavam-se a comer gelados e a beber cafés e deviam sujar-me à mesma. Pensando bem, até o vento e a brisa do mar poderiam incomodar-me.
Portanto, não há nada a fazer. Vou ficar um sofá para o resto da minha vida… uma vida chata!


Erica Machado  -  7.ºC

A minha vida chata

   Como a minha vida é chata! Ah, desculpem, antes de mais vou apresentar-me: sou a cama de bebé. Sou pequena, estreita, rosa claro, tenho grades grossas e vivo num quarto de bebé.
     Sabem o que penso das pessoas? Acho-as muito porcas, antipáticas, chatas, deixam baba e são pesadíssimas. Eu, realmente, gostaria de saber como se chama a minha família, acho que a minha patroa bebé se chama Bárbara. A Bárbara sempre foi muito gorda, chorona, muito chata e está sempre a babar-se para cima de mim.
     Comecei a perceber que, ao longo dos anos, a Bárbara tem crescido muito e que já não me utiliza. Yes, finalmente, vou poder sair desta casa e vou ver melhor como é o mundo. Eu sei andar, não sabia que as camas sabiam andar quando eram mais crescidas. Tenho de sair desta casa sem que ninguém me consiga ver! Estou tão contente, vou abrir a porta em três, dois, um, abri!!!
Uaaaaaau, o mundo é tão verde, cheio de esquilos, árvores e pessoas, mas é calmo. É estranho um humano ver uma cama de bebé a andar sozinha na rua? Eu acho que sim. Vou esconder-me nos arbustos, se calhar, resulta. E agora vou para aonde?!? Ahhhh quem está a agarrar-me? Saia daqui, maluco! O que está a fazer? Ele não me ouve, não percebe o que as camas dizem. Estou perdida!
Tenho uma coisa para vos contar, estou noutra casa. Sabem, eu até gosto mais de ficar aqui, porque na rua tinha de estar escondida para as pessoas não me verem, tinha frio e ia acabar numa outra casa, outra vez. Sei, agora, que o meu lugar não é lá fora, é cá dentro.

Erica Duarte  -  7.ºC



Sem comentários:

Enviar um comentário